O Supremo Tribunal Federal (STF) invalidou nesta quinta-feira (21) o entendimento que permitia a possibilidade da chamada “revisão da vida toda” nas aposentadorias, num movimento que muda a posição que a Corte havia fixado em 2022. Por 7 votos a 4, os ministros entenderam que os aposentados não podem optar pela regra mais vantajosa na hora de calcular seu benefício. Isso, na prática, derruba a “revisão da vida toda”.
O Supremo não julgou o processo em que havia validado a revisão, em 2022. A decisão desta quinta (21) foi dada em duas ações que questionavam pontos de uma norma de 1999 que alterou pontos da Lei de Benefícios da Previdência Social.
Ao validar um desses pontos, que trata de uma regra para o cálculo da aposentadoria, os ministros votaram para que ela tenha que ser seguida obrigatoriamente. Isso barra, na prática, o poder de escolha do aposentado, que amparava a possibilidade de ele optar pela regra da “revisão da vida toda”.
Indignado com a decisão, o presidente da COBAP, Warley Martins Gonçalles, lembra que esta é a segunda injustiça cometida contra os aposentados apenas neste ano de 2024. “Começamos o ano com o reajuste das aposentadorias e pensões de 3,71%, enquanto o salário-mínimo teve reajuste de 6,97%, o que gera uma defasagem imensa no bolso daqueles que mais precisam de investimento para garantir uma vida digna”, apontou Warley.
“Agora o STF negou um direito já adquirido em 2022, contra milhares de aposentados que contribuíram com a Previdência e veem sua contribuição confiscada. Não há justiça no judiciário brasileiro”, protestou o presidente da COBAP.
Há grande interesse do governo federal em evitar a autorização para revisão das aposentadorias, pelo alegado gasto que provocaria aos cofres públicos. Uma estimativa inicial de impacto foi calculada em R$ 480 bilhões, nume cenário “pessimista” em que todos os aposentados pudessem revisar seus benefícios.