Dirigentes do Fórum Unificado das Associações Militares do Estado do Ceará – Fuasmece e representantes das carreiras de segurança pública participaram de uma reunião no gabinete do Secretário da Segurança Pública e Defesa Social, André Costa, na manhã desta última quarta-feira (15).
Como resultado da mediação do Ministério Público e do secretário da casa civil, Élcio Batista – foi agendado o encontro para que houvesse uma apresentação de tabela propositiva de reposição salarial para os policiais e bombeiros militares.
Na ocasião, a reação dos representantes dos profissionais de segurança pública, foi decepcionante. A pauta da reunião era a divulgação do relatório da comissão formada para os projetos de valorização profissional da Segurança Pública. Mas durante a reunião não houve essa apresentação. Dessa forma, foi tomada uma direção, da qual, todos ali presentes, entendeu que era mais uma reunião para o cumprimento de agenda.
Não foram apresentados números, relatórios, planejamento e proposta do governo em relação ao futuro dos policiais e bombeiros militares.
“Depois de quatro meses de ansiedade de toda a categoria, o que nós temos aqui como resultado são 4 (quatro) lâminas apresentas no “Power Point” com poucas linhas de um relatório que a comissão supostamente elaborou?”, questionou o presidente da Aspramece, P. Queiroz, ao secretário.
Diante do questionamento do presidente da Aspramece, o secretário disse que não tem competência para discutir números. A mesa setorial da SSPDS – dentro das atribuições da mesa instituídas por lei – não tem como discutir questões financeiras.
Nesta situação, P. Queiroz sugeriu que o secretário então abrisse um canal de negociação junto com o governo para que os representantes dos agentes da segurança pública do estado participem da construção da tabela de reestruturação salarial. O secretário se comprometeu para que seja realizado esse canal de negociação.
“Estamos numa expectativa muito forte da tão sonhada “Tabela da Reestruturação Salarial”, mas infelizmente saímos de lá com as mãos vazias. Ouvimos o secretário, e nem ele mesmo tinha esse conhecimento a respeito da tabela. E a minha pergunta para ele foi: secretário, este ano vamos sair com alguma coisa? Pelo menos com zero não podemos sair”, comentou Nina Carvalho, presidente da Associação das Esposas PM/BM-CE.
O secretário disse que até o final de janeiro o governador examinará todas as propostas que foram enviadas no final de 2019.
Histórico
Através de requerimentos, ações com o Ministério Público, Tribunal de Justiça e órgãos mediadores; as associações vem trabalhando com muita dedicação e preocupação para que haja, de fato, a reestruturação salarial dos policiais e bombeiros militares.
O presidente da Aspramece, P. Queiroz, juntamente com os dirigentes do Fórum Unificado das Associações Militares do Estado do Ceará – Fuasmece, decidiram não mais adiar essa luta. Desde junho de 2019 são realizadas as reuniões com diversos representantes do governo. Somente o governador do estado, Camilo Santana, não participou de nenhum ato ou reunião. Dessa forma, não havendo uma resposta concreta do governo, depois de vários pedidos e requerimentos entregues ao governador, foram realizadas várias manifestações por parte dos militares. A mais nobre e pacífica manifestação ocorreu numa tarde de domingo na Praça Portugal, no dia 14 de dezembro de 2019, um manifesto intitulado: “Tardezinha da Insatisfação”. Este título faz referência ao descaso do governo em relação a reestruturação salarial dos militares, que, há 5 (cinco) anos está sem reajuste.
Durante a reunião, na tarde desta última quarta-feira (15), o secretário mencionou o fato de que o governo ainda não tinha recebido os representantes das associações, porque foi tomado caminhos diversos, dessa maneira, ele fez referência as manifestações na Praça Portugal e no ato do dia 5 de dezembro, em que os policiais e bombeiros militares do estado fizeram em frente à Assembleia Legislativa – da qual repercutiu nas redes sociais e nas mídias tradicionais.
O ano iniciou com mais um descontentamento com o governo atual para os agentes da segurança pública. É dever do estado valorizar a segurança pública dando dignidade aos trabalhadores dessa área, que, diariamente se dedicam para que os índices de violência diminuam a cada instante. Os resultados foram mostrados em todas as plataformas de notícias do estado – a redução da violência não era tão baixa desde 2009. Com mérito e dedicação dos policias, esse resultado mudou depois de uma década.
Reestruturação Salarial, já! Apoie esta causa.