O Carnaval deste ano foi marcado por dois episódios trágicos envolvendo policiais militares do Ceará. Os casos registrados ocorrem na última segunda-feira, 4.
Em Paracuru, Litoral Oeste do Ceará, um sargento da PM matou a esposa a tiros, feriu um amigo e cometeu suicídio em seguida. Segundo a Polícia Civil, o sargento estava em uma casa de praia quando, de repente, foram ouvidos os disparos.
Ainda no mesmo dia, um subtenente da PM, teria atirado contra a esposa, no bairro Montese. Ambos estavam dentro de casa, juntos ao filho do casal. Conforme testemunhas, o tiro atingiu o ouvido da vítima, que foi socorrida em estado grave para o Instituto Doutor José Frota (IJF), no Centro. Infelizmente, a vítima não resistiu e foi a óbito. Conforme a Polícia Civil, após o ocorrido, o subtenente se apresentou no 11º Distrito Policial (DP) e depois foi levado para a Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Fortaleza. O PM está sendo investigado administrativamente pela Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública (CGD).
Mas por que em tão pouco tempo (dois meses) estão ocorrendo casos sucessivos de violência envolvendo a tropa? O que está acontecendo com os nossos PM’s?
Estamos numa pela saúde mental de nossos policiais há 14 anos, desde o Governador Lúcio Alcântara, que não avança para uma solução satisfatória. Quem não adoece sendo submetido a situações traumáticas, internas e externas, durante sua atividade profissional? Os números não mentem: só esse ano já foram 4 suicídios praticados por policiais diagnosticados com depressão.
Sendo assim, esperamos que as ações a serem desenvolvidas pela coordenadoria de Saúde e Assistência Social (CSAS), sob o comando da TC Sandra, sejam colocadas em prática o mais rápido possível a fim de cuidar e, quem sabe, salvar mais vidas.
No dia 22 de fevereiro, o presidente da Associação de Praças da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar do Ceará (Aspramece) e advogado, P.Queiroz, reuniu-se com o Comandante Geral da PMCE, Cel. Alexandre Ávila, a TC Sandra e outros representantes de entidades militares estaduais para fazer um apanhado das demandas da tropa.
Na ocasião, a TC Sandra informou que a CSAS irá atuar em cinco frentes de ação:
01. Assistência: cuidar de quem está doente dentro da Corporação; propondo a implantação de 01 (um) psicólogo por batalhão; bem como o retorno das visitas domiciliares;
02. Prevenção: realização de visitas permanentes aos quartéis, realizando avaliação física e de saúde periódica, com uma comitiva composta por enfermeiro, nutricionista e educador físico;
03. Estudos epidemiológicos: articular estudos nas áreas de saúde da corporação, para que possam ser trabalhados dados, com o objetivo de tabular os progressos ou não das ações praticadas;
04. Suporte ao PM: serviço de transporte em ambulância, empréstimos de cadeiras de rodas, muletas etc.;
05. Diversos: eventos paralelos, que podem acontecer concomitantemente com as ações anteriores, em parceria com as associações.